sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Tempestade – Parte 1/5

Chovia, como chovia! Daniel caminhava pela cidade à noite, sem um guarda-chuva. Seu carro simplesmente pifara, e não tinha celular. Claro, também, que não poderia estar próximo a nada, apenas sozinho em uma região desconhecida, e não parecia encontrar qualquer pessoa na rua, ou portarias mesmo portarias onde pudesse pedir ajuda.

Estava com frio, e tremia um pouco...Brrr...Droga! Justo aquela noite?! Nada parecia estar dando certo. Queimara sua janta no fogão novo, a água não esquentava no chuveiro (Bem, ao menos estava mais quentinha do que aquela chuvarada), rasgara sua camisa favorita em um prego da estante, e derrubara seu celular na privada (Por isso não o tinha). Droga, droga, droga!

As gotas batiam, pesadas, em seu rosto e corpo. Seus passos eram apressados, quase não tocando o chão, como se quisesse simplesmente correr. Mas, apenas não sabia onde estava, ou para onde iria. Seguia, errante, sob a chuva, procurando ajuda.

Um casarão. Luzes acesas! Finalmente!!! Tocou a campainha.

Trrrrrrrrrriiiiimmmmmmmm...

Aguardou. Ventava frio, agora. Brrrr... “Vamos, vamos, abram a porta”, dizia. O tempo passou sem resposta. Novamente apertou o botão da campainha:

Trrrrrrrrrriiiiimmmmmmmm... Trrrrrrrrrriiiiiiiiiiiiiimmmmmmmmmmmmm...

Notou alguém, em uma das janelas do andar superior da casa, o observando. Agitou seus braços, e gritou de onde estava: “Preciso de ajuda, preciso usar o seu telefone. O meu carro pifou... O meu carro...”, e simplesmente desistiu, notando que a pessoa não o ouvia, ou sequer esboçava reação. Aborrecido, olhou ao redor, procurando outra alternativa.

Não podia seguir andando ainda mais, porque nem sabia se conseguiria reencontrar seu carro. TREC! E seu coração disparou com esse barulho, vindo da porta, agora aberta.

Do lado de dentro da casa, na porta principal, agora aberta, a pessoa que estava acima. Ainda muito distante, ele não enxergava senão uma silhueta, mas sabia ser a de um homem.

Entrou.

(...)

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