O homem sonhou, como sempre fazia.
Que estava mais leve do que as nuvens
E era levado d’Oeste ao Leste, Sul-Norte,
Em correntes de alísios, sua cama macia,
D’onde ele via o mundo em cidades e caras,
Nasceres e pores-do-sol, vida e muitas culturas
Mares de azul, e lugares de verde horizonte.
Toda a beleza o surpreendeu. (Isso é real?)
Acordou ainda à noite, e saiu a olhar para o céu,
Onde miríades de estrelas brilhavam a ele,
Convidando-o a retornar para vê-las de perto,
Para nadar entre correntes cósmicas (e cometas!),
Desvendar mistérios e aventurar-se como nunca fazia
Desde os seus dias de criança, quando tinha toda certeza
De que o mundo era só mais um de seus muitos brinquedos
E tudo em que pensasse era possível. (Ah, devaneio...)
Mas, devaneio bom, sonho bom!
Cansava-se de nunca poder nada!
Cansava de ter sua vida embalada
Por tantos hinos de negação!
Ah... Ele precisava saber que podia,
Mesmo que estivesse enganado,
Mesmo que ele fosse levado
A seu final derradeiro: extinção...
O homem retornou à infância
A criança começou seu projeto,
Ascendeu às nuvens, e foi para além delas,
Para terras de luzes e astros milhares,
Altares de práticas maravilhosas,
Onde foi para si mesmo o professor.
E, naquela hora derradeira de ensino,
Pagou com tudo que possuiria.
Mas, era tudo o que precisava saber.
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