Um castelo de cartas, um esforço gentil. Algo não muito mais que um sopro o desfaria, e, ainda assim, há quem o construa. Não por acreditar que o passar do tempo fará com que suas muralhas se tornem concreto e resistam às mais fortes tempestades, não por isso. Não se acredita que aquele castelo existirá para sempre. Assim, construímos nossos sonhos, sabendo que eles não podem durar para sempre.
Mas, ignorados os desejos simples, materiais, nós encontramos cenários de grande complexidade, mesmo de caráter metafísico. São aqueles muitos de nossos sonhos que não são por nós mesmos, que transcendem a nossa vida, nossa própria existência, até a dos demais. Eles pedem por um esforço maior que o nosso próprio, e nunca o veremos pronto. Na verdade, como para o castelo de cartas, veremos muitas de suas partes desabarem, apesar do esforço constante nele colocados.
Todos nós sonhamos com a felicidade, mas a felicidade definitiva de muitos de nós simplesmente não será atingida em vida, apenas não viveremos tanto tempo. Então como poderíamos ser felizes assim? O que torna muitos de nós felizes? É a luta? É esse acreditar que estamos a caminho da nossa verdade? Isso seria uma resposta possível. Afinal, mesmo que em engano, estaríamos vivendo nossos sonhos, tendo parte do que sonhamos, ainda que a parte difícil.
Mas, eu sinto que a felicidade daqueles que possuem essas aspirações mora na esperança. A felicidade desse sonhar está no fato de que real e sonho, fato e ficção, não são tão distantes quanto se imagina. Está no acreditar que quase tudo é possível e que, às vezes, nem o céu é o limite. Ser feliz simplesmente por ter sonhos possíveis.
Sonhar grandes sonhos, mas sonhar acordado, para realizar grandes feitos, feito gente grande.
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