quarta-feira, setembro 30, 2009

Doze Bençãos, livro 1


Senhores e senhoras leitores do BLOG, uso este post para avisá-los do lançamento do meu primeiro livro, entitulado "Doze Bençãos" e do fato de que ele está disponível no site da Livraria Cultura. Procurem também nas lojas da rede, o que me ajudará a chegar nas prateleiras logo.

O livro trata de um mundo desmoronando em crises e desespero, e de doze pessoas que são escolhidas por anjos para carregar as doze bençãos de que fala o título e a missão de salvar seu mundo. Como eles se conheceram, o que enfrentaram, seus desafios, medos e amizades, e como tudo acabou.

Sei que vão gostar. Bom, por hora é só.

Boa sorte para os jovens escritores e demais artistas por aí. Só quem tenta a sorte sabe de toda a dificuldade.

sábado, agosto 15, 2009

*Linha-Vermelha*

Tempo... Cada hora é hora, agora

Que o ponteiro se aproxima daquelas horas

Que dividem a linha do tempo em dois,

Um tal antes que um perfeito depois.

Formam o meu arco do todo-triunfo,

De onde as coisas serão diferentes.



...



Eu espero...



A vida segue comum ao redor,

Mas em um silêncio-lugar,

Enquanto o mundo continua lá fora,

Uma era se encerra pra sempre.



O custo foi grande, TIC,

A vontade maior. TAC...

Cronos devora seus filhos, não eu,

Agora eu devoro Cronos.








p.s. - Pra que só ir pra prova, né? :P



p.s.2 - Obrigado pra quem está na torcida. (Quem torce contra: Vá se f*!) ;)

sexta-feira, maio 02, 2008

Uma questão matemática


Se a relação entre as intervenções externas e intervenções internas é capaz de redefinir cada pequena variável de forma quase aleatória, neguemos a existência de constantes, e reconheçamos que todo o sistema é variável. É dessa forma que eu enxergo que tudo é formado entre possibilidades: de sucesso ou fracasso; de amor, amizade, indiferença ou ódio; possibilidades em todos os lances de um tabuleiro infinito.

Diria algumas coisas importantes neste nosso mundo de muitos fatores:



DA AMIZADE

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Apesar do que possa parecer, as pessoas não são equitativamente divididas em:

Bons amigos, amigos, conhecidos, desconhecidos, inimigos, arquiinimigos.

Os amigos representam muito menos do que 1/6 da população mundial. Na realidade, representam muito menos do que 1/6 do convívio de uma pessoa comum. Os bons amigos, então, existem em proporção ainda menor.



DO AMOR

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Estatisticamente, a chance de uma pessoa encontrar alguém bonito, interessante, inteligente, sexy e bem estruturado (emocional, familiar, e economicamente) é baixíssima. Mais baixa, ainda, é a possibilidade de relacionamento afetivo/amoroso. Claro, se imaginarmos, hipoteticamente, que:

As pessoas bonitas correspondem a 1/5 da população

As interessantes a 1/5

As inteligentes a 1/10

Sexys a outros 1/5

E as bem estruturadas a 1/25

Teríamos que a chance de uma pessoa ser muito bem formada entre todos estes atributos seria de: 1 em 31.250 (ou: 0,0032%)

Cabe, então, valorizar a sorte de encontrar uma pessoa especial, e fazer o necessário para a preservação de um namoro, ou casamento, pois os números pesam contra todos.



DOS ERROS E ACERTOS

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Equívocos são inevitáveis, sejam eles “temporariamente intencionais” ou apenas acidentais, eventualidades. E, tenha-se que eles serão numerosos, mesmo proporcionalmente ao tempo de vida na terra.

Imagine-se que um ser humano comum viverá durante 40 anos. Estes anos somam 14.600 dias. Imagine-se, então, que a pessoa viva 6.600 dias (220 meses) consecutivos de erros. Isso ainda permitirá que ela tenha para si outros 8.000 dias de oportunidades de acerto. Seria mais proveitoso para todos que esses acertos fossem grandes e bons. Dias de nenhum esforço, dias de nada, não serão contados nestes efeitos.



DA ESPERANÇA

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Qual é o preço da esperança? Isso também é apenas uma questão matemática.

Para mantermos a esperança, coloca-se na mesa de apostas: os sonhos, as energias, a fé, até mesmo a sanidade, em alguns casos. E, muitas vezes, a chance de sucesso é baixíssima.

Digamos que você tenha 15% de chance de conquistar um objetivo. Isso significaria que você tem 85% de chance de não-obter esse algo, ou de obter alguma outra coisa. Melhor ainda: se você não buscar qualquer evento específico, a sua chance de que qualquer coisa ocorra é de quase 100%! Jogando com as estatísticas, teríamos que é um melhor negócio não esperar nada, pois, no nada, nós encontraremos uma grande chance de sucesso.

Na prática, esta é a raiz do ceticismo de muitos, do cinismo, em relação ao mundo, esse trabalhar com a chance maior, mesmo sendo ela de derrota.

Melhor pergunta, porém, seria: qual é o preço de não ter esperança?

Quem espera, quem acredita, caminha sempre para frente, porque pretende chegar em algum lugar. Quem espera, quem acredita, age, porque reconhece a importância de cada pequena coisa. Tenha esperança de encontrar as coisas mais valiosas (bons amigos, bons amores, boas oportunidades), e, quando vierem, não simplesmente a perca, mas deixe que ela se transforme em esperança realizada, em promessa cumprida.

Não deixe essa esperança para trás, não se esqueça do que valia, do que foi apostado e realizado, porque é a possibilidade de perder essa espécie de sabedoria o que traz consigo os danos incalculáveis. Lembre-se disso.

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Nesta brevíssima valsa entre as letras e os números, encerro o Entrecéteras.


Fecho as minhas cortinas, neste teatro vazio, triste... Eu teria continuado o show simplesmente se aquela certa pessoa estivesse na platéia... Adeus...



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p.s. – Bem, na verdade, o encerramento não tem nada a ver com nenhuma pessoa específica. É só que eu queria encerrar o BLOG de uma forma dramática. =)


p.s.2 – Até a próxima. Não se preocupem, eu voltarei assim que as coisas se estabilizarem mais daqui. Precisarei de todo o tempo que tenho, agora. Mas, trarei coisas muito melhores, confiem.


p.s.3 – Já sei, Bruninha, não precisa nem falar...rs


p.s.4 – Aproveitem e visitem os BLOGs dos amigos, cada um com seu estilo muito próprio. Confiram nos links. (Com uma recomendação especial para Mari Sierra)


quinta-feira, maio 01, 2008

Partire

Não há nenhuma terra à vista, ainda não.


Eu, apesar da incerteza, vou escolher acreditar que eu rumo para os portos que vejo nos sonhos que tenho.


Continuarei navegando, mesmo imprevisto. Verei estes portos.


Calmaria – Parte 1/X

Pedro olhava a vitrine. Olhava as roupas dos manequins daquela loja fechada. Era noite, e não chovia. (Por que isso era relevante?)

O que eram as cicatrizes de suturas por todo seu corpo, braços, mesmo rosto? Não reconhecia seu reflexo, nem tinha certeza se seu nome era realmente Pedro. Esse era o nome que lia no macacão que usava.

Seu corpo todo doía, MUITO, por dentro e por fora.

Wooosshhh... Um súbito pé-de-vento lhe passou, deixando arrepios

A rua estava vazia, e seus postes luminosos alternavam entre os acesos e os apagados, que criavam zonas de total escuridão.

Sinistro.

Toc-Toc-Toc!, estourou um som bem onde estava, e seu coração disparou como mil rajadas

- Saia da minha vitrine! – gritou um homem do lado de dentro

- Desculpe. – disse, baixo, baixo demais para que o homem o ouvisse, e seguiu caminhando

Para onde ia? Não sabia. Apenas sabia da dor que corria por seu corpo, e que sentia ao menor tremor de cada de seus passos.

Ti – tu – titi – tu ... Ti – tu – titi – tu ... tocou um celular, de algum lugar próximo dele.

Olhou ao redor...

Ti – tu – titi – tu ... Ti – tu – titi – tu ...

O som vinha do bolso do macacão.

Olhou o nome na tela: Marcos. Não atendeu. Não sabia quem era, não saberia o que dizer. Rejeitou a chamada.

- Gostei do toque. – ouviu alguém dizer, em tom de brincadeira

Óu óu... veio o som do alarme de um carro sendo desligado, e o veículo sendo destrancado, e com aquele som: o brilho rápido dos faróis

O quê? Onde? Como?

Um homem surgiu da escuridão: Ele trajava um suéter azul claro, e uma calça social.

Um carro, aparentemente, já estava ali na rua, estacionado ao lado de onde estava.

- Perdido, amigo? – o homem perguntou, devido à expressão desnorteada de Pedro

- Não sei. Não me lembro. – respondeu

- Você está bem? – aproximou-se o homem – Escute, se você quiser, eu posso deixar você em um hospital.

- Eu acho que gostaria... – respondeu, já quase nauseado pelas dores

- Vamos, então. – disse o homem

TRIC! – abriu-se a porta

Entrou no carro.

TRÔC! – fechou-se a porta

Pedro, com um frio em sua barriga, apenas encostou sua cabeça na janela fechada do lado do passageiro, e ficou a observar a cidade deserta daquela noite.

De alguma forma, ele sabia que a calmaria não duraria.

(...)

Acelerado

Quanto maior a velocidade, maior a chance de perder o controle.


quarta-feira, abril 30, 2008

Chocolápis (Parte 4 de 4)

(Antes de prosseguir, leia a parte 1)

(E a parte 2)

Lia olhou para sua mão, a caixinha, os chocolápis... Jogou-os todos no chão, com medo de cada um deles. Um desespero que ela não imaginava ter quando aquele rapaz lhe entregou os chocolápis.

Restavam quatro deles, os quais ela olhava jogados ao chão, paralisada bem onde estava.

Ela havia consertado algo, algo que podia ser consertado. Havia tido a oportunidade de viver algo que lhe faltava. Ela havia apenas sofrido um evento novamente, descobrindo que não havia o que ser feito. Havia chocolates ao chão. Escolhas teriam que ser feitas. E: havia tanto o que mudar, ou reviver, ou...

Não podia escolher, simplesmente não podia! Não!

Os dias eram simples quando tinham que ser sofridos, quando o passado era inescapável, quando sua responsabilidade parecia menor. Agora, ela sabia que coisas poderiam ter sido feitas: SABIA. Era tudo culpa dela, tudo!

Não, o passado não devia ser mexido, era errado, não podia ser uma responsabilidade do presente: ele tinha que ser lembrado, ou esquecido, e apenas isso.

Lia se contraía no banco, retorcendo-se, como se torturada. Seu neto lhe dizia algo, o pequeno estava preocupado, mas ela não podia ouvi-lo. Podia ouvir apenas as falas de suas lembranças, os erros, choros, todos pareciam retornar agora, implorando para serem escolhidos.

Toda uma vida, e muitas decisões que mudaram tudo. Toda uma vida, e muitas decisões que mudaram tudo, momentos que mudaram tudo, e todos podiam ser mudados novamente, vividos novamente: qualquer um deles. Lia perdia o ar, e nem mesmo conseguia chorar mais.

Lia se atirou ao chão, para agarrar um dos chocolápis: o desembrulhou e devorou, apressada, como se a um antídoto para a mais crua toxina.

O feitiço... Como se ela sempre estivesse ali, bem onde estava:

Lá estava Lia, velha e sozinha, no ponto de ônibus. Seu coração palpitava. Havia congestionamento, e motoristas irritados olhavam para todos os lados, menos para ela: era uma pessoa esquecida, mais uma vez.

Preferia ser esquecida, preferia não se lembrar

Do passado, queria nada, e aceitaria nada, só que estivesse enterrado.


Desarme

Sempre existirá algo que nos divide. Sempre haverá um problema que apenas parece relevante.


Não podemos simplesmente optar pela paz?


Apenas nela existe um futuro que valha a pena.


terça-feira, abril 29, 2008

Chocolápis (Parte 3 de 4)

(Antes de prosseguir, leia a parte 1)

(E a parte 2)


Lia, quase que apressadamente, e como se não notasse a presença de seu neto, puxou outro chocolápis da caixinha que segurava, o desembrulhou e comeu de uma só vez.

Piscou, apenas, e quando abriu seus olhos estava no quarto de hospital, com seu marido internado. Ele estava bem, sorrindo, havia melhorado. A sua filha estava ali, ao seu lado. Lia se lembrava com muita tristeza de ter saído para tomar um café, e de ter voltado tarde demais, voltado para uma correria de médicos e enfermeiras. Sua filha, observando o estado catatônico da mãe a observar o pai internado lhe perguntou:

- Tudo bem, mãe? A senhora não vai tomar seu café?

- Não, não, tudo bem. – respondeu, assustada, quase engasgando o choro – Vou ficar aqui mais um pouco.

Trêmula, puxou uma cadeira, e sentou-se perto do marido.

- Tudo bem, Lia?

- Tudo, tudo... – mas, chorou, e perguntou a ele – Você está bem, não?

- Com você aqui, eu estou ótimo. – sorriu – Não se preocupe, logo menos estaremos em casa, de novo.

Mas, ela sabia que não era verdade. Apenas queria estar ali para vê-lo uma última vez. Deu em Otávio um último beijo, e ficou segurando sua mão, apertado, durante os minutos que se passaram. Chorou, como chorou na primeira vez, mas em antecedência.

O tempo no passado acabou escorreu lentamente por suas mãos, e acabou, e Lia foi trazida de volta ao hoje.

De volta ao ponto de ônibus, Lia continuava a chorar. Luquinhas, pequeno, começou também a chorar. Lia, afobada, comeu outro chocolate...

E, estava de volta a sua casa, assistindo a novela, quando tocou o telefone. Sua filha Carla, ainda pequena naquela época, atendeu ao telefone imediatamente, bem como Lia se lembrava:

- Alô! (...) Mãe, é a tia Elisa, ela quer falar com você.

Lia se lembrava de ter dito que estava ocupada: queria assistir a novela, e se cansava dos assuntos tristes e reclamações da amiga viúva. Correu até o telefone desta vez:

- Alô, Lisa, fale comigo.

- Eu só queria conversar um pouco... – disse a amiga, que aparentemente estava chorando

- Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Quer vir aqui para conversar? – disse Lia, que engolia o choro, pois Carlinha brincava com as bonecas ao seu lado

- Não... – respondeu, gaguejando

- Eu vou até aí, então. – ela disse

- Não, acho que não temos tempo... – e a amiga perdeu as palavras ao choro

E, também, Lia, que apenas disse:

- Elisa...

Durante algum tempo, apenas choraram ao telefone, antes que decidissem falar qualquer coisa.

Elisa já havia tomado as pílulas quando lhe ligou, não havia o que fazer. Lia apenas teve a oportunidade de trocar algumas palavras finais com a amiga, e de sofrer a sua morte novamente.

Sofreu, e sofreu, até estar sentada, aguardando seu ônibus ao lado de seu neto.


(...)


Hemorragia interna

Um erro: amar quem não merece nosso amor, e desmerecer (ou não merecer) o amor que nos dão.

Os danos... Quase sempre além de qualquer medicina.

segunda-feira, abril 28, 2008

Chocolápis (Parte 2 de 4)


(Antes de prosseguir, leia a parte 1)


Trinta anos atrás.

Lá estava Lia, muito mais jovem, muito diferente de quem era hoje.

- Meu Deus... – disse a si mesma, atônita

Lia olhava cuidadosamente para tudo ao seu redor, na cozinha, onde ela estava preparando o jantar daquele dia. Sua faca favorita, seu avental, o microondas, novidade da casa. Um choque, com tudo, e ela fazia questão de sentir cada coisa, em toques suaves de seus dedos, como se temesse que tudo desaparecesse de sua vida novamente.

Nada ocorria ao seu redor, mas ela se lembrava bem do que estava para ocorrer:

Sua filha abriu a porta da casa, violentamente, e a procurou, aos gritos, pelos corredores e ambientes:

- Mãe! Onde você está! Não se esconda! – até a encontrar na cozinha – Quem você pensa que você é?!

- Eu sou a sua mãe, e, se você é muito burra para perceber, eu estou protegendo você desse sujeitinho qualquer com quem você está envolvida.

- Ele é o meu noivo, mãe, o meu noivo, não um sujeitinho.

- Não, você vai respeitar a minha decisão, Carla! Eu ainda sou a sua mãe. Nenhuma filha minha vai sair por aí se envolvendo com um vagabundo qualquer.

- Ele não é um vagabundo! Não fale assim dele!!!

Sim, Lia se lembrava de como tudo começou, e embora não se lembrasse de tudo, muito porque ela preferiu esquecer, ela se lembrava bem de quando sua filha simplesmente foi embora de casa, e ela se lembrava de que ela não havia voltado mais. Lia pôde ouvir a porta sendo aberta com violência. A dor da lembrança dava lugar a uma nova chance...

- Mãe! Onde você está! Não se esconda! – e a encontrou na sala – Quem você pensa que você é?!

- Eu...

- Não, quem você pensa que você é?! Você tem que me respeitar, tem que respeitar as minhas decisões.

- Está bem.

Ouve um silêncio, como uma súbita calma dos ânimos. Carla lhe perguntou:

- Por quê?!

- Porque eu sou como qualquer outra mãe, eu quero o bem da minha filha. Mas, preciso aprender a te dar a liberdade de escolha. Preciso confiar que criei você bem, sei que posso. Quero que você me desculpe, quero muito. Vou pedir desculpas ao Diego, e não direi mais nada. Espero que nós possamos ficar bem uma com a outra.

- Mãe, está tudo bem, calma... Eu me irritei, desculpe...

Lia não percebeu o quanto se atropelou nas palavras. Também não havia percebido que estava chorando, senão agora mesmo. Secou lágrimas, manteve a compostura. Disse:

- Bem, eu estou fazendo o jantar. O seu pai vai chegar mais cedo hoje, mas com fome, como sempre. – a filha riu – Você vai ficar para jantar?

- Sim, sim, posso ficar. – disse Carla, cancelando seus planos de jantar na casa de Diego

Ambas seguiram para a cozinha. Continuaram a cortar cebolas. Lia perguntou:

- Como andam as coisas? Faz tempo que não conversamos direito.

Conversaram, e continuaram conversando durante muitos anos que se seguiram. As coisas com Diego não deram certo, e Lia estava lá para dar seu apoio à filha. Lia se lembrava destas novas coisas, como se fossem de hoje. Lá estava ela, no ponto de ônibus, ao lado de seu neto, de quem se lembrava em muitos bons momentos.

Lia, pálida, segurou a caixinha de chocolates, na qual restavam apenas seis chocolápis agora. O pequeno Luquinhas, a seu lado, lhe perguntou:

- Tudo bem, vovó?


(...)


Amigo de quem?

A pior forma de amizade é aquela que dá um tapinha nas costas quando deveria dar um na cara.