As 7 Cores do Amor

A luz me disse, com suas brincadeiras,

Zanzarrindo por entre as gotas da chuva:

“Ultimamente as cores são muito mais cores,

Lá de onde eu venho, no começo do mundo.”

Assim, se foi, tão simples como me veio,

Nas ondas de pensamentos, qual pombo-correio,

Inegável prova do tesouro ao fim do passeio:

Lá de onde veio a luz é para onde me vou.

Lá, além das terras que eu visitei,

Além de onde pés cansaram andar,

Ria a pequena fada, tão sorridente.

Animou-me um pouco, então me falou:

“Nesta terra, o que busca não é presente.

Juro, pé junto, que não lhe enganei,

Apenas confie, e siga a caminhar.”

Amiga me foi, ao dizer a verdade...

Mesmo que sentido, não a culparei.

Apenas seguirei seu conselho: andarei,

Rindo de meu cansaço, antes que chore.

Então: Olhe! Que brilho intenso à frente!

Logo abaixo do arco de luzes diversas,

Observo... Miragem. Engana-me os olhos.

Viram moedas apenas pedras pequenas,

E deslizam, vazias, entre meus dedos...

Roubam meu sorriso em desespero!

Donzela, então, ajuda a erguer-me,

E, entre suspiros, a paixão me tomou.

Vim por você, acho que desde o começo.

E ela me olhou, e disse, aos gracejos:

“Rapaz, eu não sou sua dama, sou sonho,

Mas, meu coração sangra por sua dor.

É raro o ouro perdido, mais raro o amor,

Linda construção em tudo o que se faz.

Há que abrir seus olhos e ver de verdade,

Ou, caso contrário, terá sido em vão.”

Vi, talvez, o mesmo que ela descreve,

Ilhas de magnífico manifesto divino.

Ondas de mares perfeitos beijam tais praias.

Lá, do que eu vi, ao que eu vim, a você:

Espero que você seja parte destas cores lindas

(Todas elas!) e que formemos um arco-íris,

Antes que a chuva acabe e, com ela, tudo ao redor...