segunda-feira, outubro 30, 2006

Atlas

Eu sou Atlas, que carrega o mundo nas costas, como fazem todos os sonhadores.

E o mundo é tão pesado, tão pesado, e eu já estou tão cansado, mas não vou o soltar.

Queria ter quem o carregasse comigo, mas queria mais que ele fosse leve (Tão leve)

Flutuasse, e me levasse para qualquer e todos os lugares, sempre bons e calmos

Onde existisse brisa gentil para acariciar meu rosto e um rio para matar minha sede

Quando eu conheceria a menina das flores e ganharia dela um beijo e lhe daria outro

Seria sempre feliz, e faria do mundo mais leve (Tão leve) e seria mais leve com ele

Mas, sinto meus pés afundarem na areia, e o peso nos ombros crescer (Sofrimento)

E sinto, por mim e por todos, que não haja futuro melhor do que este que temos

sexta-feira, outubro 27, 2006

Cordeiro Félix Ltda.

Cordeiro Félix Ltda.

Missão: Criar filhos com caráter e valores não maleáveis, que contribuam para a sociedade e para o mundo em geral, através de uma vida digna e positiva. Esperar que eles tenham bons amigos com quem possam contar, e que sejam eles mesmos bons amigos. Esperar que eles sejam sábios o suficiente para encontrar o caminho por meio das mais ferozes adversidades, e esperar que eles sejam fortes o suficiente para não desistir nunca.

Objetivos: Ensinar a eles sobre os valores essenciais para a jornada à frente. Esperar que eles consigam passar esses valores para seus próprios filhos e que nossos ensinamentos sejam os guias e o conforto para cada um deles em momentos de dúvida.

Valores: Caráter, amizade, união, família, honestidade, caridade, respeito, amor, coragem, fé, justiça.

Balanço 2006: Um futuro diplomata, uma futura psicóloga, um futuro escritor, e uma juíza. Não perfeitos, mas boas pessoas. Bons amigos, e companheiros, que se adoram demais, embora discutam de quando em quando. Não acho que a empresa poderia ter se saído melhor, mas ainda estamos em 2006 e há muito pela frente.


Beijos para meu pai e minha mãe (que já não está mais aqui)

terça-feira, outubro 24, 2006

Jogo de Equipe (Um abraço para o Hand e para o Rugby da Cásper)

A vida é um jogo: o maior dos jogos, o jogo do risco máximo. Analisamos, escolhemos, damos sorte ou azar, e ao final decidimos tudo que nós fomos e o que deixaremos para trás. Um jogo solitário, no qual a responsabilidade será só nossa, mesmo que nós tenhamos ajuda no meio do caminho. Um jogo sem regras, exceto por aquelas que escolhemos aceitar. Um jogo muito diferente dos esportes que nós praticamos: geralmente esportes de equipe.

E, que conceito fantástico esse é: “equipe”. A mesma idéia que deu origem às sociedades: a idéia de que o conjunto é maior, mais forte, mais representativo, do que a soma de suas partes. A idéia de que cada pessoa tem algo de original a acrescentar, algo que será importante para os esforços de todos os demais.

Uma idéia que gera união, que cria uma unidade de pensamentos, define um objetivo em comum. Um micro-universo onde as regras são iguais para todos, onde o todo valoriza o indivíduo e fará o possível por ele, e sabe que ele fará o possível em resposta. Neste mundo paralelo, onde a velha máxima de “um por todos e todos pos um” ainda se aplica, podemos desempenhar o nosso máximo, e iremos, porque teremos dele o que não sabemos se algum dia nós teremos ao final da vida: um resultado.

Somos na quadra quem somos na vida: aqueles que jogam mesmo quando machucados, aqueles que jogam pela equipe ou para si mesmos, aqueles que respeitam os adversários, e aqueles que estão absolutamente contra eles. Todos inseridos em um universo de mérito, onde as chances são iguais, e os melhores e mais ávidos possuem a vantagem. Uma realidade quase irreal, tão melhor do que muito da vida que vemos ao redor. Jogamos também por isso, para saborear um pouco de como as coisas poderiam ser.

Mas, mais do que isso, nós jogamos por nossas equipes, porque somos valorizados, fazemos diferença, seja por nossas habilidades, por nosso apoio, ou mesmo por nossa simples presença. O esporte é um conceito: de uma competição saudável, onde existe respeito entre inimigos, e união entre diversidades. Um conceito de Olimpíadas, de Copas do Mundo, e de todas as competições. Um conceito de ser humano. Um ideal compartilhado. Jogamos porque, no fundo, temos mais em comum do que temos de diferenças.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Jardim de Flores Partidas

Jardim de Flores Partidas


O verde tornou-se o cinza,
Não resiste mais à ausência do sol.
Morreram esperando a manhã:
Foram flores e tiveram muitas cores belas.

Agora apenas o vento as encontra, em pó,
E estira lamento por campos e vales.
Ar pesado que as leva faz com que todos,
Se levem, também, pelo desespero da paisagem.

Chora, sozinha, a menina triste.
Chora, triste, o menino sozinho.
Choram juntos, mas separados.
Choram e oram por algo melhor.

Nesta terra seca, que cansa os pés que a percorrem.
Percurso longo demais para se fazer sozinho!
“Solidão é a canção do viajante destas partes,
Não se esqueça: não espere salvação ou qualquer sorte”.

(...)

Passos lentos, arrastados
Choro fraco e sofrido
Passos lentos, arrastados

(...)

O pássaro observa o movimento dos aflitos.
Apenas observa, em silêncio e reverência.
É daqueles que gostariam de fugir dali
Mas, não tem mais como voar.
Está cansado, tão cansado.

A primavera desfez-se em inverno.
O sorriso desfez-se no pranto.
Talvez, apenas um sonho...
Triste, mas finito.
(Acta est fabula, plaudite!)

Gafanhoto

Dor. Como um alicate pressionando as pequenas juntas. Sempre uma sensação como se ossos estivessem prestes a se partir em partes menores. Apenas o incômodo, o inconveniente. Nada a se preocupar...Ai, ai...

Ou: digitando com apenas uma mão. Vou colocando alguns textos antigos...rs

quarta-feira, outubro 18, 2006

Social-Demagogia

Imagino que todos os meus poucos (mas fantásticos – Aê!...rs) leitores tenham consciência de que o Brasil é uma democracia representativa. Isso significa que o poder do Estado é colocado nas mãos de nossos representantes, estes eleitos de forma democrática através do nosso próprio processo eleitoral. Explicação superficial, mas compreensível, certo? Pois bem...

Estamos tendo um grupo (ok, mais uma miríade) de problemas com o governo atual, e bem verdade que a próxima opção não é tão mais satisfatória. Não, não a corrupção (Aliás, nem entremos nesse mérito). Estou falando mais especificamente do estilo de governo que foi definido como Social-Democracia.

A Segunda Internacional (Socialista) composta pelos grandes representantes de partidos sociais democratas, socialistas e trabalhistas, definiu a Social-Democracia como a forma de governo ideal para uma democracia representativa. Isso porque seria a forma ideal para reduzir as brutais diferenças sociais e econômicas geradas principalmente nas economias liberais (com este termo, sozinho, já sabemos exatamente quando esta idéia se consolidou, não?).

E, foi realmente uma idéia válida para ir de encontro às situações de crise, ou de momentos pós-guerra, mas a grande verdade é que ela cria uma condição desfavorável para um país em condições normais de desenvolvimento. Talvez uma metáfora esclareça o porquê: esta postura do Estado é uma muleta – para os necessitados ela dará a sustentação necessária para seguir caminhando até sua recuperação, mas para uma pessoa saudável, ela impedirá um caminhar comum e tornará uma ou as duas pernas mais fracas do que deveriam ser.

Um governo de promessas de novas condições, sustentadas por demagógicos projetos assistencialistas que não servem senão como paliativos. Projetos que ensinam os ajudados a depender do Estado e removem bons investimentos de áreas importantes para o real desenvolvimento social. Projetos que geram um Estado hiper-desenvolvido no comando de uma máquina econômica sempre de alto-risco e menor retorno devido ao pouco investimento. E, uma postura que constrói um povo apolitizado e muito sujeito a populismos e palavras vazias.

Saldo: muito bom para manter o status quo, e algo péssimo para realmente dar oportunidades tanto para o país como para as faixas mais necessitadas da sociedade se desenvolverem e se tornarem parte integrante da nossa “economia globalizada de capitalismo financeiro Pós-Séc. XX”. (Uuuufa...Pelo menos eu escrevi, não li, esta...rs)

segunda-feira, outubro 16, 2006

Mujahid

Jihad. O esforço maior, a guerra interna, espiritual. A batalha através das muitas forças que se direcionam contra o caminho de justiça e do bem. Essa guerra está em andamento. Esta guerra dos mil séculos, que foi dos nossos pais, e dos deles, e que deixaremos para nossos filhos, e eles para nossos netos, e na qual devemos senão fazer a nossa pequena parte, e nunca presenciar a vitória do duelo.

Dos muçulmanos, conhecemos mais da Jihad pela espada, e do derramamento de sangue. Não me refiro a uma guerra com derramamento de sangue, e espero que ela nunca chegue a esse ponto, porque vejo a derrota moral na apelação para as armas. Não. Nós estamos inseridos em uma guerra moral, travada por toda a sociedade, e pela soma das sociedades. Uma guerra de valores, uma guerra ética: mais uma guerra da formação de indivíduos do que de sua utilização estratégica. Uma guerra não para os soldados, mas para os professores, e para os pais. Um momento para a cidadania, e para o altruísmo. Um momento do qual nos afastamos mais e mais.

Desta guerra cruel, onde não existem adversários claros, saímos frustrados, desgastados, desiludidos. Não encontramos tantas outras pessoas que se importam com as demais, e que tem valores pouco maleáveis. Nem pessoas que entendam que a menor de suas ações irá falar sobre quem elas são, no que acreditam, ou quais são seus valores. (Hoje em dia os valores mais importantes para a sociedade são colocados em medidas ou em dólares)

Nós vimos, nestes últimos anos, a quantidade mais brutal de casos de corrupção já acompanhada no nosso país. E, a grande verdade é que essa falta de caráter que nós temos presenciado não é política, mas social. Nossos governantes apenas seguem à proporção do restante da sociedade. Então, tenha em mente: cada vez que você ver alguém sabotar outra pessoa, tirar alguma vantagem indevida, trapacear ou realizar qualquer atividade moralmente errada, pense em quais valores você sustenta, e lembre-se da importância que você tem em meio a essas marés de corrupção, individualismo, e falta de caráter.

A responsabilidade é de todos.

domingo, outubro 15, 2006

Os doze poemas

Um para o primeiro:

Sabia que não sabia, e tentei.
Acreditava poder descobrir e falhei.
Deixei para trás minha casa.
Deixei para trás coração.
Deixei a mim mesmo na cela.
(Com barras de minhas escolhas).

Rezei, mas não fui atendido.
Largado, batido, vendido.
Sozinho, sempre tão sozinho.
E, então, não sozinho, tão forte.
Mas, longe de onde gostaria.
(Gostaria por mim e por todos).

A estrada seguiu, infinita.
Nos levou para as terras malditas.
Malditos, nós, mesmo que benditos.
Pois, entre ditos e ditos, não merecemos menção.
Senão a menção pesarosa,
Daqueles que tentaram em vão.

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Dois para ela:

Um beijo doce da donzela dos ventos.
Um beijo da princesa de tantos encantos.
Guardado para aquele amigo:
Companheiro, mestre e discípulo,
E o que mais ele pedisse e quisesse.

Um beijo perdido em prantos
Choro alheio aos olhos de tantos,
Por próximos que fossem, distantes
Do que passa na alma da moça.
(Mulher, ainda moça, tão jovem)

Os dias, que passam tão lentos,
Carregam consigo a tristeza
(Um beijo, apenas um beijo)
Dos lábios a ele entregues.
Entregues, mas nunca aceitos.

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DE UM REI:

Para o povo um servo fiel.
Meu pai orgulhoso estaria
Por me ver governar sua Eudia
Da maneira que ele o quisera

Do novo algo a aprender.
Paciência, virtude de um rei
Com o tempo, mistério desfez
Descobri que, às vezes, esse rei
Deve pensar além de si mesmo

E se o todo novo não fosse eu
Saberia escolher facilmente
Pois, esta escolha não é tão somente
Entre o povo e o meu interesse
Mas, de algum interesse maior
Tão maior que meu povo e eu mesmo

E, então, neste jogo sagrado entrei
Companheiros vieram de outras terras
Com histórias que as minhas mais ermas
E, ainda, com corações que em todas as eras
Tão raramente se pode ver aflorar.
E eu, rei, me vi, não mais que de repente,
Admirado servo a os acompanhar.

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LIBERTADOR:

Por que eu? Acaso não nasci inocente?
Ainda nem me entendia por gente
E eu já me erguia com o nascer do sol

Do suor não vivia, mas sobrevivia,
Cansava, penava, doía, sofria,
E vi tantos amigos voltarem ao pó

Tristezas demais que a noite escondia
Um homem quebrado. Esperança morria
Até que um dia, do escuro, farol.

Luz da liberdade, logo à minha frente
Agora, de escravo, me erguia regente
E não descansava: do povo em prol

Uma nova esperança, futuro surgia,
E o vento trazia aquele novo lar.
Tão longe de casa, onde o coração,
Finalmente encontrou algum tipo de paz.
(Graças a Deus, sempre)

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Pulso:

O vento o viu passar, veloz,
E ouviu de longe o coração do jovem,
Pulsar, como águas turbulentas, agitado
Como maremotos infinitos (“Que espírito!”)

As árvores o viram passar entre elas
Mais alto e imponente que toda a floresta
Seguia indomável, invencível, temido
Temido por tão destemido (“Façam caminho!”)

A montanha o tentou impedir de subir
Erguendo-se alta, alta, até nuvens distantes,
Mas, o jovem não desistia ou cansava (ou pensava)
Só subia, e subia, e venceu a gigante (“Eu me curvo!”)

O rio, orgulhoso, dizia a si mesmo
Que suas margens seriam o fim da jornada
Do jovem resistente a desânimo e medo
Que sempre impediam muitos de seguir.

Mas, não foram o final da jornada as margens
Margens distantes, mas margens (possíveis)
Nas quais o jovem provou sua estirpe
Quando a nado seguiu de uma à irmã
(“Eu me faço humilde...”)

Mas, nenhum disse tanto quanto ele mesmo,
Quando disse a seu reflexo nas águas do rio:
“Mais um dia sem arrependimentos, mas, ainda
só um dia, e tenho muitos pela frente”
(e ele seguiu, e muito ainda foi dito)


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Distante

Costumava ser sozinho (e triste)
Perseguido por ser eu (horrível)
Abandonado em nascimento, (lembro)
E se à sorte que é minha: extinto

Cresci sob o medo do chicote,
Que estalava tendo ou não motivo crível,
Na minha pele ainda fina de criança.
Que na infância nada teve de carinho

Agora, à noite, no meu leito, ainda sinto
E, antes do chicote fosse a dor...
Mas, das feridas que o tempo
Por poderoso que se mostre sobre tudo
Não envelhece e não mata, nunca mata
Mas, ainda, ele me mata
Pois ele passa e passa
E nada nunca passa
Mas, dói...

(...)

E, um dia, que só veio com o tempo
Veio o vento, e me trouxe boas novas
Por velas claras, anunciadas à distância
Minha família, a que muito me faltava

Tudo mudou, e eu mudei, e eu sou grato
Ainda que fraco, acompanhando meus irmãos
Tentando sempre fazer jus a seu abraço
A cada dia de esforços, nunca em vão

Costumava ser sozinho (e triste)
Perseguido por ser eu (horrível)
Agora em casa se estou junto a eles
E, por eles, digo agora: eu vivo

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Guardiã :

Bela donzela de olhos esmeralda
Visão como sol em dias frios
E, ainda, a ela sempre a injustiça
De não falar do que dela de mais belo
Não ficou pra sempre e sempre escrito
(E tenho saudades de quem ela era)

Seu olho de águia vê mais do que todos
Seu olho de águia vê longe e mais longe
Mais longe, e ainda mais longe (tão distante...)
E, acredita que pode alcançar, porque pode se ver também ali,
Como gostaria de ser, e como gostaria que tudo fosse
(Eu gostaria de ter visto o mesmo)

Mas, o tempo passa e os sonhos mudam.
Nunca os dela: força da natureza
Ela, sempre ela, seguiu e segue
Viajando, sempre peregrina.
Porque ela apenas é, e será sempre,
Como a mais suave brisa: livre.

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A única chance da paz...

Esta guerra nunca foi minha
Mas, sempre a entendi de todo coração
Percebia que a paz se não nos for dada
Será conquistada. E que vença o melhor.

A melhor serei eu, a melhor serei eu
Amazona da paz, corajosa, feroz
E, pra sempre, pra sempre, abraçada (carente)
O orgulho da mãe, nunca mais combatente

Que tudo se converta no que esperamos
Espadas em arados, e guerras em vida tranqüila
Fortalezas em cidades, soldados em pais de família
E, ao final, foi para isso que lutamos

Então, salvem aqueles que lutam e resistem
Salvem as armas e as mãos que as empunham
Porque a única chance da paz,
É que lutem por ela...(Embora...)

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Pira :

Dias, e dias e dias e dias
Andando sob o sol de desastre
Cansado, mas, ainda, energizado.
Enervado, por fúrias impulsionado,
Do garoto um mero sussurro já fraco.

Noites, e noites e noites e noites
Imerso em sonhos de mortos e chamas,
Calor, mal-estar, e insônia, e choro (Fraco...)
Homem pequeno (Guerreiro, guer-rei-ro!!!)
E sinto energias fluírem, de veias ao corpo
De rios de lava por sob esta terra os gritos

Gritos, e gritos e gritos e gritos
E o meu, perdido entre tantos, eu ouço
Pedidos, suplícios. Ignoro os aflitos, e tomo,
Em mãos a lança partida, perdida, mas viva
Ativa. Sedenta, encerra em si o início (a sina)
Artefato de sangue, destino (Vin-gan-ça!!!)
Esperança de um dia salvar estar terra (Tolo!)

Do fundo, no fundo, pro fundo, afundo
E, perdido em mim mesmo, desisto em todo
De achar minha paz, sob a terra ela jaz
O meu sonho desfaz, e só resta o ódio (...)
O sol, a morte, a sede e a fome
Amigos a menos, e, sim, pesadelos,
Que não vão embora com o nascer do sol
E no dia seguinte eu acordo, e nada mudou...

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Causa/Consequência:

Viva as bandeiras de Palas-Lamar
Salve a ideologia de honra e orgulho
E o sonho: a promessa de um belo futuro
Amor, carinho e todos os lares seguros
De mar a mar, por todo o império seria assim
Bela Lamar, casa de meu pai (e seus sonhos)

Ah, Lamar dos sonhos de meu pai
Antes fosse dos meus e eu visse em ti
O mesmo calor e beleza que outros vêem
Mas, o frio nubla esta minha vista, e
Como há quem desista do sonho, assim eu
Também o faço, e me desfaço dessas ilusões

De meu reino vejo apenas a tragédia,
Rodeado por política e falsos amigos,
Sozinho entre muitos, ocupado por ordens
E por lembranças dos amigos que perdi
Para esta guerra, que não comecei, mas que esperam que
A torne paz, com a vitória... (Eu deveria estar sozinho assim?)

Eu deveria estar sozinho assim?
Deveria ser como espera o meu pai?Deveria...(Como deveriam ser as coisas?)
Apenas quero ter direito a uma escolha (uma)
Queria ela (embora ainda apenas um conceito)
Queria a bela que ocupasse os pensamentos meus

A ela para sempre o meu carinho, mas, por hora,
Que eu seja, então, o fio dessa espada. Seja eu um instrumento de batalha
Sejam as ordens o meu credo e a segurança do império obrigação
E, seja essa fronteira a minha fronteira, e aos invasores deixo o aviso:
“Cuidado, cuidado, pois eu não terei clemência.”
(Ai de mim...Há que haver boa-fé nos povos)

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Lamento:

Dancem as espadas e bebam o sangue de meus inimigos
Dancem os escudos e que eles sejam guardas de minha causa
Eu me ergo em desafio, não me dobro nem ao frio, nada temo

Cantem minhas proezas, e sejam elas lendárias e dignas de ouvir
Cantem celebrando: esta guerra está ganha, viva o fim
Eu me ergo em desafio, e mostro a todos o valor dos paladinos

E para cada mão que fere, para cada cria dessas trevas:
Encontrem-me no caminho. Pois, eu sou o escudo, eu sou o caminho de pedras que terão que atravessar e só passarão se meu sangue estiver frio. Eu sou a torre de sentinela, a longa muralha. Indestrutível! Eu sou...

Como meu pai queria...

Os que temem e se desesperam, aguardam a minha chegada
Mas, não quero lutar (ao menos, não de novo, não de novo)
Quero a paz que prometo aos demais, quero essa paz
Queria ver o sol, e correr e brincar e rir (Mas, não sou mais criança)

Não há mais paz, nem pais, nem pai, só comandante
E voz de comando me assombra a todas as horas
(Força! Coragem! Lute!)
Onde está o sol de que tanto escutei falar?

TUM! Soem os tambores! A guerra se aproxima!
TUM! Dancem as espadas (Elas só sabem matar)
TUM! Dancem! TUM-TUM! Cantem! TUM! Lutem! TUM-TUM! Durmam!
TUMMM! Mas, se lembrem, que na manhã seguinte vocês não verão o sol...
(E como eu poderia esquecer?)

“Seja forte, meu filho. Estas terras não têm pena de ninguém”
Nem pena de mim, meu pai? Apenas um homem...
Tenho os mesmos medos dos demais, as mesmas dúvidas. As mesmas incapacidades, o mesmo cansaço, a mesma desmotivação, a mesma fome, o mesmo frio, a mesma insônia, pelos mesmos pesadelos. A mesma vontade de fugir para sempre da escuridão destas terras!
Mas, não vou. Muitos precisam de mim, como eu preciso de todos eles. E, no final das contas: Não teria me feito diferente, pai.

Aos que temem e se desesperam: “Aguardem a minha chegada. Não deixarei vocês sozinhos.”

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“Piedade”:

Mãe, mãe, onde está? Não a vejo...
A perdi quando estava ainda no berço.
Tenho dela somente o desejo e último beijo,
Que ganhei e, ainda que pequeno, com carinho eu lembro,
Mas saudade, não nego, eu tenho, e um dia a verei novamente...

Meu irmão, minha força e apoio
Neste dias escuros, com ele eu conto
E conto a ele de tudo, como contaria à mãe
Até o dia de sombras (todos os dias em sombras)
Quando veneno guiou mão em ódio e matou o que foi minha luz

Sangre, morra! Eu sou o seu salvador e acusador!
Sou o juiz e executor! Sou seu nêmesis!
E, daqui em diante, de todos...

“Deixe ser eu o sol”

Derramando sangue por sangue
Mesmo que viva pra sempre em andança
Sempre caçado, sempre caçando, cubro a distância,
Pois, que distância poderia me separar de minha casa?
Mesmo sem vê-la, sei que está lá, a me esperar, com flores e um lago.
Um jardim, um quintal, onde brinco com os meus filhos, e depois os deito
Em camas seguras, onde eles dormem o sono tranqüilo das crianças pequenas
Pois passaram o dia todo correndo e rindo, e, em tudo, no dia, aproveitando a infância.

Esta estrada de tijolos vermelhos,
A sinto em meus pés, que já não podem mais.
Mas, não podem parar, pois não tenho opção.
“Que pesada esta carga que temos que carregar...”
Porque não vejo minha casa à frente?

“Lembro de tê-la visto dançando e sorrindo”
E, naquele sorriso, eu vi o futuro que tínhamos, juntos
Sorriso tão lindo que queria guardá-lo para sempre no tempo
Mas, de noites em noites, a vejo chorando, e não sei como trazer seu sorriso de volta.
“Queria dar a ela apenas um amanhecer, e um céu de paz”

“Você sabe que estas terras não guardam esses bons dias”
E, ainda, elas me dão liberdade para sonhar, pois
A noite, ainda em dias de medo e pouca esperança
Ainda é a casa dos sonhadores, e, sonhadores que são, eles acreditam no futuro
E, eu também acredito, por ondas e ondas que me atinjam, nessas marés de tristeza

Queria saber como é o sol de que tanto ouvi falar.
“Vocês pouco sabem que não existe nenhum sol no futuro”
Queria poder viver bem, e estar mais com ela
Capitão! Precisamos de ajuda!
“Eu sou o eclipse, e anunciei esta escuridão”
Queria ter tido outras chances, queria tentar de novo...

sexta-feira, outubro 13, 2006

Tin Man (as 6 partes)

Tin Man (1)
Mãos culpadas suam no cabo de metal áspero da forja. Metal negro esquenta o ambiente ao redor, sob a ação de fogo. Faíscas saltam para todos os lados, iluminando suavemente o espaço vazio ao redor, e o metal grita o impacto. A cada batida a espinha de aço se contorce, criando forma, atraindo olhares.
Olhares pesados, de rostos pouco amistosos, cortam o ar, agressivos. Como se essa agressividade pudesse protegê-los da culpa. Mas, ainda, já sentem pequenos cortes de karma em suas almas. Magias proibidas, conhecimentos ocultados por medo e anos. O mesmo medo de anos anteriores percorre as veias de cada um dos homens daquele dia e lugar, e os bebe a energia.
Os demorados e exaustivos rituais os consomem, e consomem o metal, que não é mais metal, mas vida. E, mais do que vida, morte. Também para os criadores da besta, de coração oco, e de olhar vazio. Mãos de ferro e aço que partem ossos e rasgam carne, e se tingem de vermelho. Passos que quebram o chão de pedra seguem. Um...Um...Um...Um...O boneco vermelho faz seu caminho para longe da forjaria, e para o campo aberto.
O sol se esconde, para não ver os horrores que o homem de metal irá trazer por onde passar. O dia se torna (lentamente) nublado, triste e frio. A areia sob os pés da aberração parece se afastar, assustada, a cada vez que eles tocam o chão. Os olhos mortos da criatura, opacos, percorrem toda aquela imensidão vazia, e ela caminha. Sem direção. Um erro errante. Amoral, imoral, de sangue frio. A luz pálida daquele dia triste causa arrepios sem motivo em muitas pessoas mais sensíveis. ‘Começou...’
Tin Man (2)
Por quilômetros a besta caminha, e caminha, incansável. Até que pára, ao ver um belo lago de águas paradas e claras (agora tão escuras sob aquelas nuvens). A bela paisagem verde que a cerca, e as montanhas do horizonte, tomam a atenção do homem de metal. E, se a criatura tivesse um fôlego, estaria sem ele. Desconhecia a beleza.
Subitamente, risadas, de uma voz fina, infantil. E, dos arbustos, uma menina surge, correndo, sozinha, rindo, com uma flor roxa em sua mão. Surge, para, assustada, parar exatamente onde está, olhando o homem de metal, assombrada. O homem de metal nada faz, senão observar a menina, talvez igualmente surpreso. Instantes passam, e o susto inicial da menina se torna mero estranhamento, e curiosidade. Ela começa a se aproximar da criatura, com passos curtinhos, em teste, e ele parece tremer suavemente com o primeiro movimento inesperado da menina.
Quando já está suficientemente próxima, a menina estica sua mão, para entregar a flor que carrega ao homem de metal. Ele, atônito, a observa por alguns momentos. Até que, lentamente, começa a mover seu braço, pouco a pouco, de centímetro em centímetro, encurtando a distância que separa os dois. Move seu braço até que as pontas de seus dedos começam a tocar suavemente as pétalas roxas da flor.
E, então, num movimento brusco, e violento, agarra a menina pela mão, e a puxa em sua direção, para quebrar o seu pescoço, e soltar seu corpo amolecido ao chão. O corpo da menina cai, rolando lentamente pela margem, para então parar parcialmente mergulhado nas águas daquele lago.
Os olhos opacos, negros, do homem de metal ficam a observar a menina, e quem olhasse de fora diria que a criatura estava triste, e que ficou ali por muito tempo, antes de novamente voltar a caminhar. Passo...Passo...Passo...Passo...
Tin Man (3)
Massacres, muitos, antes de pôr-do-sol. Correm boatos da criatura, e correm para longe todos os que podem deixam aquelas terras para não retornar. Todos os que podem. Mas, há aqueles que não tem essas condições.
De dentro de uma casa velha, um senhor de idade, velho e doente, deitado em sua casa, deixado para trás por sua família, aguarda sozinho a chegada de um pesadelo de metal. E, o som de passos que se aproximam em pequenos tremores logo surge de além das janelas fechadas daquele quarto-asilo:
Passo...Passo...Passo...Passo...Bate o coração do homem, que começa a chorar, ofegante, ao ver a silhueta em sombras da criatura passar do outro lado de sua janela fechada. Através daquelas cortinas sujas e empoeiradas, que um dia foram brancas, ele vê sua própria morte. Passo...Passo...Passo...E a estrutura de madeira da casa treme a cada avanço da monstruosidade. Aumentando sua força, mais próximo, chegando...Até a porta aberta do quarto.
Os mesmos olhos mortos, frios, da besta de metal que já havia encerrado dolorosamente muitas vidas desde que a sua própria lhe fora dada, agora fitavam o velho moribundo. Velho ofegante, velho moribundo, velho morrendo...Tremia agora, e babava, em um intenso momento de convulsões e pânico. Logo, seu coração parou.
A criatura o observou, apenas. Seu corpo metálico ainda avermelhado do sangue seco de outras de suas vítimas. Seus olhos tão vazios. Sem coração. Passo...Passo...Passo...Outras casas no caminho.
Tin Man (4)
As notícias viajam com o pânico das pessoas, junto delas, de casa em casa, de hospedaria em hospedaria, de taverna e taverna, até uma específica. E, nesta taverna, um homem quebrado, cansado, que bebia para esquecer muitas das coisas pelas quais ele passara. Um homem para quem a notícia trazia sobriedade.
Passos, passos, passos, passos, e apressadamente o homem seguia na direção oposta daquelas pessoas. Um homem que sabe o que deve ser feito. Um pobre homem, cansado, quebrado, carregando o mundo nas costas. Um homem velho, um bruxo velho, que um dia fora como os criadores da monstruosidade, e a quem os pecados sempre retornavam para perseguir.
Passos, passos, passos, e o bruxo, agitado, seguia ao encontro do pesadelo de metal. Desespero interno, e senso de dever. Talvez, assim, os fantasmas não o perseguissem mais para longe de suas noites de sono e descanso. Um homem sem paz.
Rostos de pessoas comuns, muito choro, muitos passos para longe de casa. A estrada, sob uma garoa fina e fria, tinha registro da passagem de cada um deles. E, muito distante de onde eles estavam, ela também sentia os passos pesados de pés de ferro. Muito distante, mas a caminho...
Tin Man (5)
No encalço da criatura, a perdendo sempre por horas, o bruxo encontra sempre apenas a tragédia e a dor, que aumenta a sua. Ele também está morrendo, de um mal que o seca e consome por dentro. Ele tosse sangue, morno, diferente do que encontra derramado ao chão de seu caminho.
Subitamente, escuta outra tosse, que não a sua própria. Esta muito fraca, quase desaparecendo, vinda de próximo dali. O bruxo avança em busca da origem da voz, e a encontra em meio a uma casa de madeira quebrada em pedaços. Ele levanta uma de suas tábuas, para encontrar uma moça do campo, chorando sozinha.
Morria sozinha, mas não mais. O bruxo segura sua mão, e observa enquanto os olhos da jovem buscam ao redor por alguma coisa. Ele sabe que ela está a procura do bebê que ele viu jogado na chuva e lama, do lado de fora. Pequenas costelas quebradas por mãos de ferro. Os olhos dos dois são iguais, mas os dela ainda têm algum suave brilho.
- Seu bebê está bem. Não se preocupe.
Ela aperta sua mão com força: queria apenas isto. E, agora que pode estar em paz, seu corpo não resiste muito mais. A dor começa a lhe tomar conta, e o bruxo a ajuda a fazer a transição. Sua própria dor o teria mantido ali por algum tempo, mas ele pôde escutar, vindos de fora, os pequenos tremores:
Passo...Passo...Passo...
Tin Man (6)
O bruxo caminha para fora, do que ainda parecia ter sido uma casa. A chuva lavou muito do sangue que cobria a criatura. Ela está como quando nasceu: apenas corpo de metal. Os olhos vazios, ainda, observam silenciosamente o homem. E, o bruxo, tosse, já também quase no fim de suas forças.
O golem pode ser criado apenas com um sacrifício, e deve morrer apenas com um sacrifício. Uma vida por uma vida. O bruxo caminha em direção ao enorme monstro metálico. O monstro caminha de volta. Eles se encontram no caminho, e pela vontade e magia do bruxo, ambos caem, quando ele toca o peito da criatura e pronuncia palavras em línguas ocultas.
Jogados na lama, sem mais o movimento de seus corpos, eles ainda podem se olhar, face a face, enquanto fazem a transição. Os olhos vazios da besta agora parecem pedir ajuda. Apenas uma criança, que não quer morrer. Apenas uma criança que sabia apenas matar. Talvez, ela tivesse brincado em feito amigos, mas ela foi feita com ódio. E, se livrou dele, agora na morte.
A paz vem para os dois, com um último fôlego gêmeo, quando eles partem juntos para o outro lado. Apenas dois condenados, que agora podem descansar. Talvez eles sejam amigos, cada um de seu libertador.

quinta-feira, outubro 12, 2006

Riacho

Riacho

Há, já, alguns anos que chegamos.
Há, já, algum tempo que partimos,
Pra repartir o que nós temos hoje,
Das nossas viagens, dos nossos leitos,
De tudo o que, ao sol e à lua, vivemos.

Tão pequenos não sabemos,
Que um dia seremos grandes,
E daremos vida e veremos outras tantas
Estaremos por tantos lugares, escutaremos falarem de nós
E contaremos, por onde passarmos: “Eu sou o caminho que fiz”.

Carregamos um pouco, e talvez mais que isso
De cada lugar pelo qual percorremos
Margens que nos guiaram e as quais nós sentimos,
Muitas delas que não puderam nos acompanhar.
Mas que ainda direcionaram nossas águas quando as encontramos

Minha alma, como estas águas,
Andou, de cá para lá, e de cima a baixo.
Andou, por momentos que vejo em lembranças.
Andou, cansou, e agora descansa,
E alcança muitas das coisas que eu procurava.

À frente, aguardava nosso oceano,
Desde o início o nosso destino.
Nos encontramos, nos reencontramos,
Para sempre em horizontes de azul infinito
Mas, mesmo completos, e mesmo felizes, teremos sempre saudades das nossas margens...

quarta-feira, outubro 11, 2006

Tempo

Tempo

Tenho tempo para lhes poupar algumas palavras...
O tempo que faz a história, o tempo que faz esquecer
O tempo que passa e deixa pra trás a tinta no papel
O tempo que envelhece os rostos e traz as saudades
E que não vemos senão no andar dos ponteiros das horas

Passa Verão, passa Inverno, e Outono e Primavera
Passa a vida, passa bem, passatempo divertido
Passa o trem, passa boiada e passam as águas do rio
Passam pessoas, passam em passos (curtos ou largos)
Quase nunca voltam, mas passam e passam, pra sempre
Onde o tempo nunca passa, e tudo é eterna memória

Mas tudo que vejo é parte do tempo:
Tempo de serviço, tempo de mais ou tempo de menos
Tempo de ser criança ou o tempo musical
Tempo bom e temporal
Sempre o tempo...
Tento e tento, mas não consigo fazê-lo parar.
(Ele é sempre o mesmo tempo de mudanças)

terça-feira, outubro 10, 2006

Par-Perfeito

Almas Gêmeas: não um conceito desconhecido, ao menos para a maioria de nós, criados a belas histórias de finais felizes, amor eterno, fadas-madrinhas, príncipes encantados, belas princesas e a conquista do amor impossível, tão sonhado.


Talvez tenhamos ficados viciados nesse amor das histórias, idealizado, mas eu diria que esse é um vício bom, dentre tantos outros ruins, até péssimos, que nós cultivamos. Talvez, em outra visão, nós tenhamos apenas nos recordado de sensações que inconscientemente sempre tivemos guardadas. Como se, dentro das inúmeras coisas das quais não temos conhecimento de nós mesmos, existissem essas memórias de alguém.


Alguém que nós conhecemos em outro tempo. Alguém por quem nos apaixonamos quando fomos outras pessoas. Alguém de quem nós sentimos saudades antes mesmo que possamos nos conhecer nesta vida. Algo precioso, perdido. E, essa nossa busca nos levará, ainda, através de muitos momentos em que acreditaremos ter reencontrado, muitos enganos, muitas mágoas e vezes de corações partidos. Muitos ouros de tolos, muitas vezes seremos tolos. Mas, precisaremos de apenas um momento, um reencontro com a nossa verdade (metade) e seremos felizes para o restante da nossa história. Seríamos realmente tolos apenas em desistir da busca.


Eu só tenho a sensação de que coisas boas sempre nos aguardam à frente, e posso quase sentir quando uma outra pessoa, de algum lugar, a compartilha comigo.