segunda-feira, julho 30, 2007

Um mundo em cacos

A nossa memória é frágil, e se desgasta com o passar do tempo. Tempo que passa lentamente, sempre uma constante, e arrasta consigo o real, o lembrado e mesmo o imaginado. O tempo desfaz as coisas, não todas, como desfaz a nossa memória.

Passam ao esquecimento as informações, sensações, grandes e pequenos momentos, risadas e choros, os melhores e piores. Um a um, como pedaços de um quebra-cabeça, o nosso quebra-cabeça, essas lembranças se separam aleatoriamente, se fragmentam.

Mas, nada está quebrado. São apenas pedaços de um grande afresco, flutuando na correnteza em direção a um inconsciente coletivo de eventos, de verdades não mais percebidas, mas que desenham os fios da realidade. “Penso, logo existo”. Pensei, senti, vi, ouvi, provei, cansei e descansei, lutei, venci e perdi, temi, inspirei, conquistei, e, haja ou não quem se lembre destas coisas, existi.

2 comentários:

Anônimo disse...

Certas sensações nunca são esquecidas...

Elas ficam escondidas num lugar do consciente e afloram quando menos se espera. Pode ser num sonho ou num pensamento relâmpago.

Afinal, o tempo é um santo remédio, mas ele não apaga aquilo de bom que cada um viveu!

Lindo post...

Beijos :)

Ari disse...

Uma verdadeira experiência descritiva, ponto prá você, que soube trabalhar a descrição em um texto enxuto. Abraço!