sexta-feira, dezembro 01, 2006

Star-System

O homem precisa de modelos: modelos para seguir, modelos para admirar, talvez, às vezes, apenas para observar. O homem aprende por modelos, desde o pai e a mãe, para as amizades, até os modelos distantes, do cinema e da literatura. A realidade, como é compreendida pelas pessoas, é formada de paradigmas, como se o mundo estivesse preservado em uma pequena esfera de cristal, conservado para sempre, nunca em mutação. Por isso, talvez, as pessoas tenham dificuldade de se adaptar à novas realidades, ou resistam às mudanças que presenciam conforme a idade se aproxima.

Como diria Jung, o homem possui modelos, inconscientes, que ele exterioriza de acordo com suas próprias necessidades ou de acordo com a situação. Modelos que ele busca nas demais pessoas, e que o ajudam a viver em uma sociedade que ele pode compreender, mesmo que de uma maneira um pouco determinista. Modelos que ele irá criar, se preciso for, para satisfazer a essa sua própria necessidade. Seja na arte, seja no convívio com os demais, existirá uma pequena peça em andamento.

A verdade é que o homem aprecia o mundo de fantasia no qual ele vive. As pessoas, como regra geral, teriam tomado a pílula azul. Ele prefere ver o algodão doce às nuvens. O homem é muito idealista, e por isso ele compra idéias e se interessa pelas pessoas, mesmo as apenas personagens, com tanta facilidade. O homem é uma boa audiência.

Um comentário:

Mari disse...

Fá,
Acho que este texto pode entrar para a listinha dos seus melhores textos. Já conversamos sobre isso, não? Concordo com você, às vezes ficamos (me incluo nessa, não vou mentir) no mundo da fantasia, o algodão-doce, da pílula azul.

Mas não acho que o homem compra idéias, se interessa pelas pessoas ou por suas personagens por essa idealização.

Esta sempre vai ser minha "briga" com você. Você pensa no ser humano como uma entidade acabada, quando nós mudamos tanto e temos que mudar mesmo. Porque a viver nos modifica e porque precisamos viver para sentir e nos transformar. O que não significa perder de vistas nossos valores, modelos. Ficou sem sentido?
Às vezes me sinto num divã com você, com tantas palavras, mas sem saber usar nenhuma direito. Vamos acompanhar essa conversa de doce de leite e café?
beijos!