segunda-feira, dezembro 04, 2006

Nova Fábula


Naquela pequena vila no interior, havia uma casa na qual competiam sempre por espaço um rato, um gato e um cachorro, e nenhum deles conseguia se livrar dos demais. Foi quando, um dia, o dono da casa comprou uma cobra da loja de animais e a colocou em uma caixa fechada, na sala. Os outros três animais, sem saber o que havia dentro da caixa, mas, sabendo que era outro animal que chegava, ficaram curiosos. Não demorou muito até que o cachorro parasse ao lado da caixa para perguntar:
- Quem está aí dentro?
- Uma amiga.
- Não minha. Nem a conheço.
- Não seja assim. Abra a caixa, vamos conversar.
- Não. Quando meu dono quiser soltar você, ele mesmo irá abrir a caixa. É assim que as coisas funcionam por aqui. Até lá, boa sorte.
E o cachorro deixou a cena, observada pelo gato, que se aproximou em seguida:
- Quem está na caixa, vamos, fale a verdade.
- Como eu disse: uma amiga.
- Não uma amiga minha, que nem mesmo vi seu rosto.
- Você não tem nem mesmo a curiosidade de descobrir?
- Já aprendi essa lição por um primo meu. Agora eu sou cauteloso.
- Abra a caixa, por favor. É horrível ser uma prisioneira, quero estar livre e conviver com vocês.
- Se você fosse um animal para estar livre, meu dono não a teria colocado dentro de uma caixa. Se depender de mim, você vai morrer aí dentro. Mas, conhecendo meu dono, imagino que ele esteja trazendo alguma jaula ou gaiola para você. Tchau, tchau. Guardo minha curiosidade até lá.
A serpente se enervou, e buscava, freneticamente, uma saída, de algum lado da caixa. Logo, então, veio o ratinho, nascido dentro dos porões daquela casa, e perguntou:
- Tudo bem aí dentro?
- Não. Por favor, abra a caixa. – disse a serpente em um tom já mais calmo
- Você não é perigosa? – perguntou, o ratinho
- Não, acredite.
- Acho melhor não. Você pode piorar a situação aqui da casa. Já sou perseguido por dois aqui dentro.
O ratinho teria ido embora, mas a serpente lhe chamou:
- Espere! – e o ratinho voltou para a escutar – Eu sou, sim, perigosa. Se você me tirar daqui, eu cuidarei do gato e do cachorro pra você.
- Você promete?
- Palavra. Abra...
E o ratinho abriu a caixa.


Moral da história:
Prefira os inimigos que você conhece.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito boa essa história!
Sério!

Deveria ter lido algo assim, alguns anos atrás quando fiz amizade com uma pessoa fura-olho!

Essa é a melhor moral que existe... Sério!

Beijos :)