quarta-feira, outubro 11, 2006

Tempo

Tempo

Tenho tempo para lhes poupar algumas palavras...
O tempo que faz a história, o tempo que faz esquecer
O tempo que passa e deixa pra trás a tinta no papel
O tempo que envelhece os rostos e traz as saudades
E que não vemos senão no andar dos ponteiros das horas

Passa Verão, passa Inverno, e Outono e Primavera
Passa a vida, passa bem, passatempo divertido
Passa o trem, passa boiada e passam as águas do rio
Passam pessoas, passam em passos (curtos ou largos)
Quase nunca voltam, mas passam e passam, pra sempre
Onde o tempo nunca passa, e tudo é eterna memória

Mas tudo que vejo é parte do tempo:
Tempo de serviço, tempo de mais ou tempo de menos
Tempo de ser criança ou o tempo musical
Tempo bom e temporal
Sempre o tempo...
Tento e tento, mas não consigo fazê-lo parar.
(Ele é sempre o mesmo tempo de mudanças)

Um comentário:

André LF disse...

Belo poema, Fábio! Fez-me lembrar do filósofo Heráclito que escreveu muito sobre a transitoriedade da vida e do aspecto inovador do tempo. Aliás, como vc deve saber, os gregos tinham basicamente dois conceitos para o Tempo: Cronos, o tempo medido, mensurado, e Káiros, o tempo interior, o tempo das verdadeiras oportunidades. Seu poema me despertou muitos sentimentos e reflexões interessantes. Por enquanto, é preciso silenciar.