segunda-feira, março 31, 2008

Sonho de Valsa (Um conto apetitoso)

Havia anos que não regressava à sua casa, tantos anos a serviço de seu país... Mas, estava lá, agora, a caminho da casa de seu tio. Sua mala estava pesada, um velho ferimento em sua perna lhe doía ao andar. Avistou a casa de seu tio.

Não havia avisado que chegava, e resolveu fazer-lhe uma surpresa. Seguiu para a porta dos fundos, que dava para o quintal. Sabia que seu tio estava ali. Abriu um sorriso e a porta, simultaneamente, e pôde ver logo que seu tio fez o mesmo:

- Fritz!

(Fritz McCain, brasileiro, ex-agente de repressão ao terrorismo internacional)

- Tio João!

(Apenas um velho cozinheiro aposentado, muito amado por seu sobrinho)

Seu tio jogava ping-pong, na sua antiga mesa, com ninguém menos do que a vizinha, uma senhora com quem o velho Tio João sempre trocou bons e velhos flertes, bons amigos, como se ainda fossem dois jovens:

- Fritz! Seja bem-vindo de volta.

- Dona Benta, como vai a senhora?

- Muito bem, não posso reclamar de nada. Você chegou na hora certa. Acabo de trazer um bolo para o seu Tio João.

- Ah, saudades desses bolos. – sorriu Fritz

Subitamente, um latido. E os passos apressados de seu velho cachorro.

- Não pode ser. – disse, com lágrimas vindo a seus olhos

Chokito, o pequenino rottweiler de quando foi embora, há 10 anos atrás, agora enorme. E, ele ainda se lembrava do dono. Derrubou-o, em uma brincadeira muito bruta. Fritz deu risada, animado: seu dia começara muito bem.

Com o tempo, sua animação foi assentando, assim como ele mesmo, seu Tio João e a divertida Dona Benta, que perguntou:

- O que o traz de volta, garoto? Veio ver a Liza?

(Liza, sua velha paixão, ele nunca foi o mesmo sem ela)

- Saudades de casa, tia. – ele riu

Mas, a verdade é que viera, sim, por causa dela. Lembrava-se sempre daquela serenata de amor que a fez, embaixo de um coqueiro, quando descobriu que teria que partir. Voltara, agora, querendo recomeçar, querendo ter com ela a vida que não puderam ter naquela época. Trazia consigo a chave para ter essa vida com ela, embora nenhum o soubesse.

- Bem, mas eu deveria vê-la, de maneira ou de outra.

- Claro, claro. – disse a Dona Benta, sorrindo ao Tio João

- Vá logo ver a sua moça, Fritz.

Ele riu: não enganava ninguém. Disse, apenas:

- Sim, senhor. – então, assobiou e gritou – Chokito, vamos!

Correram, sem nem perceber, pela rua, até a casa de Liza, ele e Chokito, brincando, animados. Mais do que o nervosismo, ficava a vontade de vê-la, de tocá-la, de finalmente ser quem ele sempre quis ser, para si mesmo, e para ela.

Tocou a campainha.

Tocou novamente.

Olhou pela janela. Nada. Nada? Um bilhete! Uma faca o pregava à geladeira!

Em um brusco movimento, chocou-se contra a porta com seu ombro como aríete. A porta desabou, mas antes que tocasse o chão da casa, Fritz já tinha sua arma empunhada, e preparada para qualquer imprevisto.

Procurou alguma ameaça, mas não havia ninguém ali, apenas o bilhete.

- Não. – caiu de joelhos, Chokito veio lhe cheirar a cabeça, o consolando – Eles pegaram a Liza. – disse ao amigo cão

E, ele já sabia o que eles queriam: o Diamante Negro.

(...)



p.s. - Nem peçam Bis. A história tem continuação... (Nesta Sexta, ok?)

3 comentários:

Anônimo disse...

Hauhauah... adorei, Bonito!
Qdo vc me disse ontem, sobre este post, nem imaginei que seria essa mistura de "comedia apetitosa" com suspense!
Os nomes dos personagens, as cenas que visualizei da historia... muito bem elaborado... criativo! Quero saber o finallll... :)
Ate mais tarde!
Bubeijos em vc! ;)

Bianca Feijó disse...

Opa! então estarei aqui na sexta para saber mais do conto instigante!

B.E.I.J.O.S

Carolina Teixeira disse...

Ahhhhhhhhhhh essa sexta não chegaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!